A execução de uma obra leva em conta vários fatores para que a construção fique pronta sem nenhum dano ou prejuízo, mas, para isso é necessário ter um bom planejamento e controle de obras. Dessa forma, é importante que o engenheiro ou engenheira responsável pela construção tenha conhecimento aprimorado em gerenciamento de obras, conheça e aplique algumas dicas capazes de reduzir gastos e executar toda a obra da melhor maneira possível. Portanto, confira as melhores indicações para a execução eficaz de uma edificação.
Escolha do terreno
Começando pela escolha do terreno, espaço em que a obra será executada, o recomendável é que o terreno seja plano, pois isso representará muita economia com obras de terra, fundações e estruturas de concreto, além de reduzir a zero os custos com contenções de arrimo. Outro detalhe que deve ser observado é a avaliação da resistência do solo.
Outra dica é não fazer obras de terra como terraplanagens e cortes antes dos projetos de arquitetura e estrutural estarem prontos e sem a orientação de um engenheiro, pois você poderá perder dinheiro com serviços desnecessários. O arquiteto poderá tirar proveito da topografia e dos acidentes naturais do terreno fazendo um projeto adequado para ele, economizando com redução das obras de terra.
Planejamento
Como foi mencionado acima, o planejamento e o gerenciamento de obras evitam perda de materiais, de recursos financeiros e de mão de obra. Pode-se dizer que na construção civil o planejamento é tão importante quanto a execução.
Com planejamento, é possível acompanhar o desenvolvimento do projeto e prever ações que podem garantir preço, prazo e qualidade. Também dá para verificar se o dinheiro de caixa é suficiente para cobrir custos operacionais.
Sendo assim, vale fazer um estudo de viabilidade e levantar as seguintes informações:
Equipamentos e ferramentas a serem utilizados;
Custo para execução da fundação;
Custos e orçamentos para preparação do terreno;
Custos de terceirização e/ou contratação de mão de obra;
Prazos para cada etapa da obra;
Taxa de remuneração da construtora;
Custos dos projetos arquitetônicos, estruturais, elétricos, hidrossanitários, prevenção de incêndio, ambientais, entre outros;
Custos da regularização e licenciamento de obra;
Possibilidades de financiamento e condições de pagamento;
Cálculo de orçamento de obra;
Cronograma de obra organizado;
Cálculo de Retorno sobre Investimento (ROI);
Cálculo de BDI;
Planejamento de vendas.
Mão de obra
No que diz respeito a mão de obra é importante:
Fazer cotações de materiais pedindo orçamentos em diversas casa de materiais de construção, assim como, pesquisar lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço. Mas, é importante estar atento pois, algumas casas de material de demolição costumam cobrar mais caro que mercadoria nova;
Fazer a pesquisa tendo em vista os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço, sem esquecer do custo de manutenção, ou seja, materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a apresentar problemas;
Em certos casos, dá para fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de materiais em uma loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A pechincha é regra básica. Às vezes é possível fazer combinando com vizinhos que estejam construindo perto de você, fazendo pedidos maiores.
Equipamentos
Parecido com a perda por dimensionamento incorreto de mão de obra, está a perda ocorrida com equipamentos. O desperdício pode estar no tempo mal calculado, na falta de orientação a quem maneja os equipamentos ou até na destinação dos funcionários a diferentes atividades em um mesmo período. Por isso, deve-se considerar o tempo adequado para que a mão de obra faça seu trabalho, e os distribua corretamente nos equipamentos.
Investir em sustentabilidade
Economizar água, usar materiais reciclados, tratar bem do seu entulho e outras ações sustentáveis representam oportunidade de economizar dinheiro. Além disso, agregam valor a sua obra, pois ela se torna ecologicamente correta, o que ajuda bastante na hora de vender ou divulgar.
O mercado prioriza cada vez mais negócios sustentáveis. Além disso, para a obra ser sustentável, agregar valor aos produtos e ainda não receber multas, é importante que a mesma esteja em conformidade com a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 12.304/2010). Outra sugestão é buscar a Certificação LEED.
Materiais e equipamentos modernos
Quando a obra faz uso de equipamentos e materiais modernos, a construção pode ter maior durabilidade e até mais qualidade. Entre os materiais que estão virando tendência estão o concreto autocurativo e o cimento magnesiano.
Já as vigas pré-moldadas, alvenaria estrutural e estruturas metálicas são métodos construtivos considerados mais eficientes e também podem ajudar na produtividade de sua obra. Materiais modernos otimizam seu processo de construção, pois são mais fáceis de manusear e rápidos de aplicar.
Andaimes de vários tipos, como fachadeiro e suspenso mecânico, guincho, cremalheira e gruas são exemplos de equipamentos que imprimem velocidade e otimizam o tempo da obra. Esses equipamentos também proporcionam segurança, maior capacidade de carga e até redução de custos.
Execução da obra
Para uma boa execução da obra é necessário exigir organização no canteiro de obras. Bagunça, entulhos em demasia, ferramentas e materiais espalhados, tábuas com pregos, entre outras situações, podem acabar provocando desperdícios, acidentes e custos.
A execução da obra deve ser acompanhada diariamente seja pelo engenheiro ou arquiteto contratado para esse fim. Qualquer erro na execução dos serviços pode resultar em ter que demolir e construir novamente.
O projeto elaborado para a construção deve ser seguido à risca. Qualquer alteração deverá ser comunicada ao engenheiro da obra, que verificará as implicações em outros elementos do projeto. Por exemplo, o deslocamento de um tubo pode ocasionar a sua passagem por uma viga, ocorrência não prevista no projeto estrutural.
As principais causas de perdas financeiras
Com diversas dicas aprendidas, vale esclarecer quais são os principais motivadores de perdas financeiras nas obras, sendo eles:
- Tempo perdido, como por exemplo, obra parada, falta de matéria-prima no estoque, atraso de entrega;
- Processos construtivos ineficientes, tais como, retrabalho, desperdício oculto de matéria prima;
- Dificuldade de adotar ações sustentáveis, como o desperdício de resíduos da construção.
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Fonte: Sienge e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA)
Imagem: 123RF