Uma comparação precisa entre sistemas estruturais não pode se basear apenas no custo específico ou em ideias pré-concebidas. As necessidades da obra em questão, assim como as características dos sistemas em análise, precisam ser contempladas. A escolha bem-sucedida de um sistema construtivo deve ser feita com base nas necessidades particulares da obra em questão e nas características de cada sistema. Muitas vezes, a dificuldade para identificar o tipo de estrutura mais adequado decorre da falta de uma metodologia de avaliação abrangente e imparcial, que leve em consideração muito mais do que o custo específico.
Alguns pontos são importantes durante o processo de escolha entre diferentes soluções estruturais:
Há um momento ideal para a escolha: Durante o estudo de viabilidade e a definição da concepção, a possibilidade de interferência é alta e os custos acumulados são ainda muito baixos. Este normalmente é o melhor momento para definir o sistema estrutural. Quanto mais cedo for feita essa escolha, maior será o tempo para a otimização do sistema escolhido.
É preciso fazer uma rigorosa análise das características da obra que interferem nos custos. Vale destacar: tipo de fundação, tempo de construção, tipo de ocupação, disponibilidade e custo dos materiais, recursos da construtora, local da obra e acessos, possibilidade de adaptações, compatibilidade com sistemas complementares, manutenção e reparos, vãos livres, altura da edificação, proteção contra a corrosão e o fogo, racionalização de materiais e mão-de-obra, segurança do trabalhador, qualidade e durabilidade, desempenho, entre outras. Entre as características particulares à obra, sempre existirão as mais relevantes para o empreendedor. Por isso, a metodologia proposta pelos engenheiros Fernando Ottoboni Pinho e Fernando Penna no manual "Viabilidade Econômica", publicado pelo CBCA, prevê a hierarquização das características identificadas, definindo um peso para cada uma delas, de acordo com a sua importância para o empreendimento.[/p]
O método prevê, ainda, que sejam estabelecidas notas para os sistemas que representem o seu mérito para responder a cada uma das características analisadas (ver tabela). Quando um sistema estrutural tem um mérito alto (de nota alta) para uma característica que é muito importante para a obra, o sistema sai na frente na comparação. Na hora da comparação, também pesa a base de conhecimento de cada sistema. Todo sistema estrutural oferece alternativas de solução para os seus componentes, elementos, subsistemas e sistemas complementares. A escolha das melhores alternativas para cada item configura o sistema estrutural com o melhor desempenho para as características importantes da obra.
Avaliação global
No caso das estruturas de aço, o sucesso econômico não decorre somente de um ou outro fator, mas de uma envoltória de fatores que, quando bem articulados, ajudam a viabilizar o empreendimento.
1 - Velocidade de execução - A agilidade da construção em aço proporciona, não só a diminuição dos custos indiretos da construção que são função do tempo de construção, mas também induz a um retorno mais rápido do capital investido. Em hotéis e escolas, por exemplo, isso possibilita o início mais rápido da geração de rendimentos. Além disso, a rapidez de execução, em casos de empreendimentos vendidos com data de entrega futura, proporciona a postergação do início das obras e a possibilidade de se trabalhar com fluxo de caixa mais positivo.
2 - Flexibilidade - Quando existe a possibilidade de mudanças futuras na edificação, o que é comum em obras industriais e em hospitais, por exemplo, as estruturas em aço são muito interessantes de serem utilizadas, em comparação com outros sistemas construtivos.
3 - Precisão - As estruturas em aço são concebidas em milímetros. Tal precisão auxilia as interfaces com os demais materiais. Também permite reduzir as espessuras de revestimentos das paredes, quando aplicáveis.
4 - Maior área útil - A alta resistência mecânica do aço permite o uso de elementos construtivos de dimensões menores, ou seja, vigas com alturas menores e pilares mais esbeltos, além de vãos livres maiores e maior área útil nas edificações.
5 - Maior segurança ao trabalhador - A redução de acidentes nos canteiros é consequência da utilização de equipamentos e mão-de-obra especializados na montagem das estruturas. Também é resultado do menor uso de madeira. Sabe-se que o manuseio de madeira no canteiro de obras é uma das causas correntes de acidentes no trabalho.
Fonte: cbca-acobrasil