Falta de água, racionamento e calor são temas que preocupam a população brasileira nos últimos meses em meio a maior crise hídrica da história. Para o engenheiro mecatrônico, Pedro Ricardo Paulino, a solução veio literalmente do ar. Em 2010 ele patenteou a Waterair, máquina que produz água condensando a umidade do ar.
A água produzida passa por um sistema de purificação que elimina as bactérias. O produto final é uma água tão limpa que seu uso inicial foi em máquinas de hemodiálise. Para ser consumida, ela precisa, ainda, passar por um segundo filtro, que adiciona sais minerais à solução.
Tudo que a Waterair precisa para funcionar é estar ligada na tomada. Quanto mais úmido estiver o ambiente, mais ela produz. Porém, se a umidade cair a menos de 10%, ela para de funcionar, eliminando o risco de deixar o ambiente muito seco. Para se ter uma noção, o dia mais seco deste ano em São Paulo, registrou um nível de umidade de 19%.
Mas o produto ainda não é para todos. A menor máquina, que produz 30 litros por dia com a umidade relativa do ar a 80% custa R$7000,00. A maior, que chega a 5000 litros por dia, é vendida a R$ 350 mil. Isso porque os componentes da máquina são importados e a demanda ainda é pequena. Tudo é encomendado e praticamente não existe nada feito em linha de produção.
Paulino começou o projeto nos anos 90, numa multinacional. Em 2006, passou a desenvolver a máquina com o próprio dinheiro. Quatro anos depois, conseguiu atestar a qualidade da água produzida e patenteou a Waterair. Para o inventor, o aparelho pode ser uma das soluções para a crise.
Fonte: Instituto de Engenharia