Se continuar no ritmo que está, a universalização de coleta de esgoto no Brasil só ficará pronta em 2060. Já a unificação do abastecimento de água deve acontecer um pouco antes, em 2036. Isso foi o que apontou uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos convênios feitos entre o Ministério das Cidades e municípios com mais de 50 mil habitantes para obras de saneamento.
De acordo com o levantamento, somente 43 contratos firmados em 2007 (ano de início do programa) resultaram em obras concluídas. Dos 491 contratos fiscalizados pelo TCU, 57,6% deles foram considerados não adequados, ou seja, eles estão atrasados, paralisados ou nem foram iniciados.
p]As obras analisadas pelo TCU fazem parte do programa do governo "Serviços Urbanos de Água e Esgoto" e totalizam 10,4 bilhões de reais. A auditoria, segundo o próprio Tribunal, tem o objetivo de identificar problemas que provocam atrasos e descompassos no andamento das obras.[/p]
"O TCU identificou deficiência nos projetos de engenharia formulados pelos proponentes, bem como falhas de diversas naturezas no processo de contratação de empresas para execução dos empreendimentos", afirmou a instituição em nota. Ainda de acordo com o TCU, a concentração dos convênios por ocasião do lançamento das etapas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) faz com que estados e municípios apresentem propostas às pressas, o que leva, muitas vezes, a projetos sujeitos a frequentes e necessárias revisões durante a execução das obras.
O índice de desenvolvimento de saneamento do Brasil está abaixo da média em relação a outros países América do Sul. O país possui índice de 0,581 enquanto a média é de 0,594, segundo dados do Instituto Trata Brasil levantados em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
Outro dado que aponta a necessidade de o país avançar em obras de saneamento é o de desperdício de água limpa. De acordo com estudo da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia, a perda média por aqui é de 37,6%, já em países desenvolvidos é de 10%.
Fonte: Exame - Brasil