As tecnologias de sequestro de gás carbônico têm assumido uma importância crescente na indústria da construção, tendo sido criados, nos últimos anos, inúmeros novos materiais para o desempenho dessa função.

Investigadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) descobriram agora que a argila corrente poderá ser tão ou mais eficaz, na captura e armazenamento de dióxido de carbono, como os mais recentes materiais verdes, fabricados com processos avançados.

Um bom material para a captura de CO2 deve ter características muito particulares, nomeadamente ser reutilizável, ter boas propriedades de absorção, ter baixa necessidade de energia para efetuar a captura e ter capacidades de captura seletiva para que as moléculas de dióxido de carbono sejam capturadas antes das restantes.

Segundo os investigadores, alguns tipos de argila reúnem estas características e oferecem benefícios adicionais quando comparadas com outros materiais criados recentemente, nomeadamente o baixo custo, a facilidade de produção, a não toxicidade e o caráter sustentável e ambiental intrínseco.

Um tipo de argila em particular está a demonstrar capacidades excecionais no processo de captura de carbono. A Esmectite, um material de cor esverdeada e com um elevado índice de absorção de água é capaz de uma boa retenção de CO2 a temperaturas até 35ºC e à pressão atmosférica.

Quando aquecida, a Esmectite liberta o CO2 armazenado, o que permite que o processo de libertação possa ocorrer de forma controlada.

A descoberta, que resultou de uma cooperação entre a NTNU, o Instituto de Tecnologias da Energia da Noruega, a Universidade de Tecnologia da Eslováquia, o MaxIVLab da Universidade de Lund e a Universidade de Brasília, poderá significar, num futuro próximo, a escolha da Esmectite como material de eleição para a captura de carbono.


Fonte: Engenharia Civil