Moradores de Pirapora do Bom Jesus (SP) estão preocupados com o nível de espuma no rio Tietê. A concentração da poluição provoca aumento da substância no inverno, período em que chove menos.

Com o vento, alguns blocos se deslocam e caem nas ruas próximas ao rio. Quem mora na região reclama que, ao secar, a espuma deixa manchas na roupa, no chão e até na pintura dos carros.

O fenômeno ocorre dois quilômetros abaixo de uma barragem do rio. O Tietê corta o centro da cidade e, ao passar pelos vertedouros da barragem da Usina Hidrelétrica, as águas se agitam e produzem a espuma.

Algumas cidades como Mogi das Cruzes e Guarulhos não possuem bons índices de tratamento de seus esgotos, e os canais que os recebem desaguam no Rio Tietê. A concentração de detergentes domésticos (lava louças, sabão, shampoo, sabonete, desinfetante, amaciante) nestes esgotos, somada ao lançamento irregular de resíduos industriais, eleva a a poluição contínua do rio. Ao passarem pela barragem, as águas se agitam e o resultado é a espuma fétida.


A abertura controlada das comportas reduziu a geração de espuma a jusante da barragem, mas episódios como este só serão controlados com o tratamento adequado dos esgotos lançados no corpo do rio.

A cidade de 16 mil habitantes abriga o santuário do Bom Jesus, destino de 600 mil romeiros por ano, mas a espuma e a poluição espantam os turistas que reclamam do mau cheiro, de coceira no nariz e ardência nos olhos.

Fonte: Globo Natureza