Protótipo tem autonomia de 500 quilômetros, mais do que o triplo dos 160 quilômetros do elétrico i3

A BMW vai começar a testar um veículo movido a hidrogênio pela primeira vez em vias públicas neste mês. A fabricante alemã busca expandir a oferta de modelos não poluentes após o lançamento do elétrico i3 em 2013.

A empresa planeja "um veículo tecnicamente maduro e pronto para o cliente em algum momento depois de 2020", disse Matthias Klietz, chefe de pesquisa de conjuntos de motor e transmissão da empresa, a jornalistas, na pista de testes da BMW em Miramas, na França.

— Esperamos que, entre 2025 e 2030, os carros a célula de combustível tenham uma presença estabelecida, mas ainda restam desafios como, por exemplo, a construção da infraestrutura de reabastecimento — explicou.

A BMW está desenvolvendo células de combustível em parceira com a Toyota e fez a demonstração de um protótipo do Série 5 Gran Turismo que utiliza a tecnologia conjunta das empresas, em Miramas, na quarta-feira.

O modelo faz parte do esforço multibilionário do setor automotivo para criar configurações alternativas de alimentação e melhorar o uso de combustível para cumprir as regras de emissões de poluentes, cada vez mais estritas.

Como funciona

As células de combustível, que alimentam os veículos espaciais desde os anos 1960, produzem eletricidade por meio da reação do hidrogênio com o ar, possibilitando uma autonomia maior em relação aos veículos movidos a bateria, e ao mesmo tempo emitindo apenas vapor d'água em vez de dióxido de carbono.

Entre as desvantagens estão a falta de postos de gasolina equipados para fornecer hidrogênio e o alto custo dos metais raros necessários para a tecnologia.

O Gran Turismo movido a célula de combustível tem uma autonomia de 500 quilômetros a cada abastecimento, mais do que o triplo dos 160 quilômetros do i3. As baterias do i3 levam pelo menos cinco horas para recarregar, contra cinco minutos do tanque de hidrogênio do protótipo.

Em uma volta na pista de Miramas, o Gran Turismo foi dirigido como qualquer outro carro elétrico, exceto pelo assobio que se escuta durante uma aceleração mais forte, provocado pelo fato de a bomba passar hidrogênio e ar pelas células de combustível.

A BMW está negociando com outras fabricantes de carros e com governos e empresas de energia formas de agilizar a criação de uma rede de abastecimento, disse Axel Ruecker, que faz parte da equipe de desenvolvimento da tecnologia do hidrogênio da BMW, empresa com sede em Munique, durante a demonstração do protótipo.


Fonte: O Globo