Uma equipa de investigadores da Universidade Politécnica de Valência (UPV) criou um novo tipo de bloco que possibilita a melhoria do comportamento sísmico de paredes de alvenaria.
Além de permitir o suporte das cargas verticais atuantes na estrutura de um edifício, tal como um tijolo tradicional, o bloco "Sisbrick" promove a igualmente a dissipação dos esforços resultantes dos movimentos horizontais gerados durante um sismo.
Além disso, uma vez que possui um contorno geométrico muito similar ao de um tijolo convencional, pode ser utilizado na execução tradicional de elementos construtivos de alvenaria, sem necessidade de quaisquer modificações dos processos e métodos utilizados.
O novo sistema, desenvolvido pelo Instituto de Ciência e Tecnologia do Betão (ICITECH) da UPV difere dos blocos antissísmicos tradicionais, que geralmente visam aumentar a resistência da alvenaria através uso de materiais mais fortes ou de geometrias que permitem um encaixe mais eficiente, resultando numa melhor estabilidade interbloco.
Pelo contrário a filosofia de conceção do "Sisbrick" não visou tornar as paredes mais fortes, no sentido tradicional do termo, mas isolá-las sismicamente do resto da estrutura do edifício.
Isto permite que os efeitos indesejáveis das ações atuantes sobre a estrutura de um edifício, durante um sismo, não se repercutam sobre o elemento construtivo de alvenaria.
Devido à similitude geométrica com os tijolos tradicionais, o "Sisbrick" pode ser utilizado (e aplicado estrategicamente) em conjunto com blocos cerâmicos convencionais.
Os ensaios realizados pelo ICITECH-UPV mostram que esta combinação permite uma redução, para até um terço, da amplitude dos deslocamentos de origem sísmica, o que se reflete diretamente na magnitude de ações externas suportáveis pelo elemento construtivo de alvenaria.
Fonte: Engenharia Civil