Residências em Goiânia estão adotando tetos verdes como alternativa ecológica para melhorar a qualidade do ar, amenizar o calor e, a longo prazo, até gerar economia de energia e água. Segundo os especialistas, o telhado e laje de casas e apartamentos podem ser revestidos com qualquer tipo de planta.
De acordo com a arquiteta Lorena Falcão, além de deixar o ambiente esteticamente bonito, o projeto arquitetônico promove o reequilíbrio ambiental e cria mais uma área de lazer na residência.
"Há vários estudos, principalmente fora do Brasil, que dizem dos benefícios do uso do telhado verde. Ele diminui o acontecimento de enchentes, já que o telhado absorve água da chuva e isso acaba diminuindo a água que chega no sistema pluvial. Com o tempo e a diminuição da temperatura do ambiente, diminuímos a conta de energia com o uso de ar-condicionado. Também podemos reaproveitar a água da chuva e, com isso, consumir menos água", conta.
Segundo o paisagista Maurício Lobo, o trabalho custa R$ 500 o metro quadrado, e a instalação não é difícil de ser feita. No entanto, é necessário ter cuidado com a estrutura e verificar se ela suporta a nova carga que será instalada. Ele explica que outro detalhe importante é a impermeabilização, que evita infiltrações na residência.
"Para a instalação, fazemos camadas sobre a laje. Devemos tomar cuidado com a impermeabilização, que deve ser muito bem feita para não deixar vazar água para dentro da casa. Depois, colocamos o substrato [feitos à base de resíduos renováveis] e, por fim, a planta. A manutenção é simples. É um gramado no telhado. Tem que podar de tempos em tempos, adubar de vez em quando, mas não precisa de muita terra", explica.
Experiência
A jornalista e cerimonial Thais Barbosa é atenta às questões ambientais e se preocupou com a sustentabilidade na hora de escolher um apartamento. Ela vive com o marido e o filho, de 2 anos, em um prédio ecológico que usa o teto verde no estacionamento e, segundo explica, os benefícios vão de economia à reutilização da água.
"O bacana é que além do verde, ele retém água, que vai para um reservatório e é reutilizada nas áreas comuns do prédio. É usada para lavar piscina, lavar o condomínio. Tem até lava-jato dentro do prédio, reservado para os condôminos, e a água é dessa reutilização do teto verde. Há várias saídas que acumulam a água no prédio. E só o fato de você estar no seu prédio, olhar pra baixo e não ver só o concreto, temos sensação de estar fazendo a nossa parte com o meio ambiente", conta.
Jardins
O arquiteto paisagista João Paulo Florentino apostou nesse conceito ecológico para marcar sua 4ª participação na Casa Cor Goiás 2016, com o projeto Jardim dos Jasmins.
Ele expõe na mostra um modelo de teto verde no jardim como estratégia de sustentabilidade urbana, capaz de promover conforto térmico no interior do móvel.
"As plantas do teto verde são todas da tipologia de capins, comprovando a baixa necessidade hídrica e os poucos cuidados de manutenção. A grande solução de sustentabilidade do ambiente é o teto verde porque ele pode ser usado em praticamente todos os tipos de edificações que possuam laje de cobertura nos telhados. Essa solução, além de todos os ganhos naturais e estéticos, proporciona grandes ganhos de conforto térmico, pois é capaz de reduzir a temperatura interna da casa", explica João Paulo.
(Foto: Danielle Oliveira/G1)
G1