Opinião

Pois bem, não irei generalizar a todos os ramos da engenharia. Quem dera ter tal conhecimento de mercado. Cabe a mim, descrever situações rotineiras, ligadas a área da construção civil, da qual tenho maior convívio.

O fato que gostaria de destacar é o de que estamos adentrados em um mar de aventureiros intitulados "construtores". Ressalto que não estou relacionando nesta citação os autônomos ou profissionais liberais especializados em determinado ramo, que trabalham de forma digna e técnica.

É notável, também, que na maioria dos casos, as grandes construtoras brasileiras não necessariamente são dirigidas por engenheiros. Não é este o ponto. O ponto é que nestas empresas a prestação de serviços técnicos por parte dos engenheiros é respeitada. Há departamentalização e delegação de funções.

Chamo de aventureiros os empresários que decidem investir na área da construção civil e não estão dispostos a ter o custo necessário para manter um quadro técnico e administrativo adequado. A consequência é direta: aumento de riscos construtivos, queda na qualidade dos serviços e exploração de mão de obra, seja ela técnica ou operacional. E esta é a classe que precisa acabar.

Não vejo solução próxima, mas cabe a realização de um filtro no momento de contratar um serviço. Estas empresas são de fácil identificação. Uma breve análise do acervo técnico e da relação com seus colaboradores, pode ajudar com a melhor escolha. Questione empresas de pequeno/médio porte que executem serviços em muitas áreas: desde terraplenagem a instalações elétricas, por exemplo.

Quem acompanha percebe que os investimentos em infraestrutura e construção civil no Brasil estão sendo retomados aos poucos, e espero que este setor seja consolidado de forma técnica e ética, diferente de como, infelizmente, é hoje. E parte desta missão é nossa, engenheiros inseridos ou não no mercado de trabalho.


Autor: André Rambo

Fonte da imagem: O Petróleo