Uma equipa de investigadores de diversas universidades e institutos europeus tenta desvendar os segredos por detrás da sobrevivência, desde a Idade Média, da aparentemente instável Torre de Pisa, em Itália, aos fortes sismos que sempre assolaram a região.
Apesar da sua posição precária, com uma inclinação de 5 graus e um deslocamento de 5 metros no topo da estrutura de 58 metros de altura, a Torre de Pisa resistiu a pelo menos quatro grandes sismos desde 1280. Dada a posição vulnerável da estrutura, seria espectável que a mesma sofresse danos consideráveis ou até mesmo o colapso até com sismos de pequena intensidade.
Contando com especialistas em engenharia sísmica do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Bristol e da Universidade Roma Tre, a equipa explorou a forma como se processa a interação solo-estrutura nas fundações da Torre.
A análise de um conjunto massivo de dados sismológicos, geotécnicos e estruturais relativo à estrutura em si e à zona envolvente, permitiu concluir que a resistência da Torre se deve sobretudo às características singulares da interação dinâmica solo-estrutura.
A altura e rigidez da estrutura centenária, combinados com os solos moles da fundação, promovem uma modificação muito substancial das características vibracionais. Isto origina que a Torre não ressoe com o movimento do solo durante a ocorrência de um sismo.
Ironicamente, o mesmo solo que originalmente causou o assentamento diferencial das fundações serve também de escudo da estrutura contra os efeitos nefastos dos sismos.
FONTE DA IMAGEM: engenhariacivil
FONTE: engenhariacivil