Muitas pessoas aqui no Brasil já passaram pela situação de ir passear em outros estados e acabar levando algum eletrodoméstico ou eletroeletrônico que não condiz com a tensão elétrica do local. Com isso, é importante estar atento sobre o que pode acontecer quando um aparelho de 110V for inserido em algum local, no qual, se usa 220V e vice e versa.
Primeiro é preciso compreender que o fluxo de eletricidade pode ter duas formas, sendo elas pela tensão e pela corrente. Tensão, ou voltagem, medida em volts, é a "pressão" ou "impulso" pelo qual a eletricidade passa pelos fios. Corrente, ou amperagem, medida em amperes, é o fluxo da eletricidade passando por um condutor.
O consumo doméstico de energia elétrica, por exemplo, quando ligamos uma lâmpada ou um chuveiro na tomada é medido em kilowatts/hora, visto que a grandeza de potência é medida em watts e depende dos dois valores de tensão e corrente.
Para facilitar o entendimento, se você acender uma lâmpada com potência de 300 watts em sua casa que possui 110 V, uma corrente de 2,72 amperes vai passar pelos fios. Se você ligar essa mesma lâmpada no 220 V, a corrente vai ser de 1,36 amperes, ou seja, será menor. Nesses casos é preciso de fios condutores mais grossos para usar essa lâmpada no 110 V e mais finos no 220 V.
Se tratando de instalações elétricas em prédios os edifícios que usam como padrão 220V terão menos corrente passando pelos fios e isso permite que eles sejam mais finos e também mais baratos. Esse é um dos motivos pelos quais aparelhos com bastante potência, como chuveiro e secador de cabelo, geralmente funcionam em 220 V. Se funcionassem em 110 V, eles precisariam de correntes maiores e os fios teriam que ser mais grossos para não dar um ‘curtocircuito’.
A razão pela qual há estados no Brasil em que a energia funciona com 110 e 220V tem dois motivos. O primeiro deles vem de tempos antigos, na virada do século XIX para o XX quando as empresas instalaram as redes elétricas no Brasil. Essas companhias que vieram acabaram trazendo seu padrão para cá, geralmente as empresas americanas e canadenses optavam por 110 V e as europeias por 220 V.
A segunda razão é mais técnica e envolve segurança e economia. As redes de 220 V são mais econômicas por exigirem condutores mais finos, além de gastar menos material, normalmente o cobre. O consumo também é levemente menor nas redes de 220 V, não faz diferença para quem usa a energia, mas para as fornecedoras pode até ser uma questão para ser levado em conta.
Já em termos de segurança as redes de 110 V, oferecem risco menor para quem acidentalmente leva choque. No entanto, é mais fácil uma casa com energia a 110 V pegar fogo, porque geralmente funciona com uma corrente maior, gera mais atrito nos fios e se eles não forem espessos o suficiente, podem esquentar mais do que deveriam e entrar em combustão. Nesse sentido há os prós e contras, um equilíbrio entre as duas potencias de energia.
É importante esclarecer que por mais que voltagem de 110 V seja a mais usual e popularmente conhecida, o correto aqui no Brasil é 127 V. Isso acontece porque o padrão de tensão do país anteriormente era de exatos 110 V, mas com o tempo ele foi sendo adaptado e houve um consenso entre as concessionárias para que 127 V fosse o padrão.
Para finalizar, de forma simples, se você inserir na tomada algum aparelho (eletrodoméstico/eletroeletrônico) ou dispositivo de 110 V em uma rede de 220 V, as chances do dispositivo ser danificado são altíssimas. Normalmente, nessas situações o aparelho vai torrar com a tensão mais alta e as chances de prestar novamente são praticamente nulas.
Já em situações em que um aparelho pede 220 V e for usado na rede de 110 V, o problema é bem menor. De forma geral o funcionamento não vai ser o mesmo, pois está sendo alimentado só com a metade da tensão que deveria receber. Uma furadeira, por exemplo, não vai ter a rotação desejada ou um aparelho de som pode funcionar com o volume bem mais baixo.
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Fonte: Tecmundo
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