As obras civis realizadas não estão imunes as patologias que podem surgir ao longo do tempo e com as construções feitas com revestimento de argamassa isso não é diferente. Apesar da qualidade no serviço, diversos fatores podem favorecer a deterioração deste material. De maneira geral, os problemas com argamassa são perceptíveis através de efeitos físicos nocivos, tais como, desagregação, descolamento, vesículas, fissuração e aumento da porosidade e permeabilidade.
De acordo com o artigo escrito pela doutora em engenharia, Helena Carasek, e publicado pelo Instituto Brasileiro do Concreto, a deterioração dos revestimentos de argamassa se deve a alguns processos que se dividem em:
Físico mecânicos – retração plástica por causa da rápida evaporação de água, levando à fissuração; movimentação da base seja de alvenaria e/ou estrutura provocando fissuras no revestimento; movimentações de origem higrotérmica podendo levar à fissuração, desagregação e descolamento dos revestimentos.
Químicos – hidratação retardada do óxido de magnésio da cal causando o empolamento e desagregação do revestimento; oxidação de impureza presente na areia ou pirita levando à formação de vesículas, manchas e fissuras.
Biológicos – desenvolvimento de microrganismos como fungos e bolor, causando manchas e fragmentação devido à produção de ácidos orgânicos que atacam os aglomerantes. Este problema costuma ser mais característico em áreas úmidas.
Para além destes processos de deterioração, a engenheira civil e mestre neste assunto, Cristiana Furlan Caporrino, ressalta a importância de levar em consideração os fatores climáticos, seja no momento de projetar ou de produzir a argamassa, além de contar com equipes bem treinadas. "O trabalho com qualidade elimina desperdício. Mas para atingir essa meta é importante conhecer a mão de obra e a técnica a ser executada no local em que ocorrerá o argamassamento", esclarece.
A engenheira também conta que os principais requisitos a serem garantidos em uma edificação, com relação aos revestimentos argamassados, são a estanqueidade à água, conforto higrotérmico, conforto acústico e durabilidade. "Todos eles podem ser comprometidos por manifestações patológicas, caso haja erro na produção e na execução da argamassa", afirma Cristiana.
Em relação ao desempenho acústico, a engenheira civil, Cristiana, explica que em boa parte dos casos ele não é alcançado por que a espessura da massa e a qualidade dos agregados são minimizadas por economia de materiais. "Isso também pode influenciar na capacidade de carga da argamassa", diz.
Anomalias mais comuns no revestimento argamassado
Vesículas e empolamento – a causa mais comum é a reação de hidratação da cal virgem ou a presença de impurezas em agregados.
Fissuras e microfissuras – a causa mais comum é o teor de insumos e agregados maior que o necessário.
Proliferação de fungos – a causa mais comum é a infiltração de água.
Descolamento – a causa mais comum é o uso inadequado de tinta ou aplicação de pintura prematuramente sobre o reboco.
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Fonte: Instituto Brasileiro do Concreto e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA)
Imagem: 123RF